Por Tereza Cristina Freire
Com o intuito
de evitar que as decisões políticas fossem tomadas de maneira alheia às
necessidades dos cidadãos e das comunidades e distantes de qualquer tipo de
controle social, nossos legisladores, seguindo os princípios constitucionais
democráticos, reconheceram a necessidade de promoção da descentralização da
gestão municipal, de forma que as decisões venham a ser tomadas a partir de uma
aproximação maior do gestor público com a sociedade.
A gestão democrática é a forma
de gerir pela qual se possibilita a participação, a transparência e a democracia,
ou seja, coloca a sociedade em contato com o Estado. Assim, governos
democráticos eficazes prosperam em espaços onde florescem a participação popular,
quanto mais participativa a região, mais eficaz o seu governo. Existe então,
uma forte correlação entre a gestão democrática, via gestão participativa, e o
desempenho das instituições públicas.
De acordo com esse, argumento o
desenvolvimento e a gestão da coisa pública, está relacionado com a capacidade
que tem a sociedade de criar e desenvolver relações de confiança, colaboração e
interação que possibilitem solucionar dilemas a partir da ação coletiva.
Segundo Santos Junior, Ribeiro e Azevedo (2004), a civilidade da sociedade não
se restringe apenas a regras da sociedade civil, configurando uma forma de
capital social.
Na análise aqui desenvolvida é
relevante observarmos a noção de governança, pois enseja uma reflexão sobre a
complexidade das novas relações entre Estado, mercado e sociedade no novo
arranjo institucional. A definição de governança envolve a capacidade de um
governo para definir, implementar e cumprir políticas e funções. A boa
governança pressupõe, na Administração Pública, acompanhamento e controle, por
parte dos cidadãos, no exercício pleno de sua cidadania em uma sociedade
democrática, de todas as ações governamentais. Nesse contexto, a transparência
do Estado se efetiva por meio de práticas da gestão democrática, como o acesso
do cidadão a informações governamentais, tornando mais democráticas as relações
entre o Estado e sociedade civil. Como exemplo de instrumento de gestão
democrática podemos citar o Portal Transparência e o Portal Transparência na
Copa da Prefeitura de Porto Alegre. Nesta mesma linha, observamos práticas da
gestão democrática auxiliando a governabilidade, em que a sociedade civil
coopera na identificação dos problemas e formulação de políticas públicas
apropriadas para seu enfrentamento. O que pode ser visto nas duas notícias
acima.
Um grande instrumento da gestão democrática que corrobora para a boa
governança e a governabilidade são os conselhos gestores, que formam espaços de
interlocução entre Estado, sociedade civil e mercado, sendo muitas vezes, a um
só tempo,fórum de debates instancia consultiva, deliberativa e de gestão das
políticas públicas. A participação da sociedade civil nos processos de
formulação, deliberação, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas
provocam, assim, mesmo que de maneira embrionária, a democratização da gestão
municipal.
Parabéns!!!
ResponderExcluirMto bom o texto, informativo, claro e direto.
Sucesso!!!!