sexta-feira, 13 de abril de 2012

Anencefalia: Princípio do contraditório e ampla defesa


Por Rafael Freire

    O que é a vida? O que vale uma vida? Porém antes, vamos pensar, vamos refletir, vamos questionar: O que é a morte? A morte nada mais é que o fim de uma etapa, mas o começo de outra. Mas e quando esse fim acontece mesmo antes do início? E quando o direito à vida é negado? E quando uma Constituição é surrupiada? O que fazer? O que fazer? Nada? Esconder atrás dessa realidade aparentemente ofuscada por uma decisão inconstitucional? Bater palmas, e dizer: “ A medicina diz que só existe vida se há cérebro”? Não! Errado... A razão diz que: Só existe vida, se este direito não lhe for negado. Para existir vida é preciso ter o direito de viver. Oras, que medicina é essa? Que justiça é essa? E o direito à vida, onde fica? Somente na teoria?

    O princípio do contraditório e da ampla defesa é aplicado nos processos judiciários e administrativos. Consiste este princípio na garantia dada a parte de contraditar os argumentos e provas apresentadas pela parte contrária. O princípio do contraditório indica a atuação de uma garantia fundamental de justiça e está previsto no art. 5°, inciso LV (leia-se 55). Mas antes, vamos analisar o começo de nossa Constituição Federal, art. 3°, inciso IV ao qual diz que “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Quero frisar um detalhe: SEM PRECONCEITOS DE ORIGEM OU QUAISQUER OUTRAS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO. Mas nosso judiciário, infelizmente pensa de outra maneira: Querem uma eugênia sobre a espécie. Oras, impossível pois, até nossos dedos são diferentes, possuem tamanhos e formatos diferentes, quem dirá um ser humano. A questão não é ser diferente. A questão é a diferença que isso pode fazer em se tratando de vidas.

    A anencefalia é uma malformação rara do tubo neural, caracterizada pela ausência parcial do encéfalo e de calota craniana, proveniente de defeito do fechamento do tubo neural nas primeiras semanas da formação embrionária. Ao contrário do que o termo possa sugerir, a anencefalia não caracteriza casos de ausência total do encéfalo, mas situações em que se observam graus variados de danos encefálicos. Nesse caso temos duas questões a serem ressaltadas: Primeiro fica claro que a anencefalia NÃO CARACTERIZA AUSÊNCIA TOTAL DO ENCÉFALO, e segundo vemos uma contradição da medicina a qual afirma, vejamos bem, AFIRMA que SÓ HÁ VIDA SE EXISTE CÉREBRO. Então vos pergunto: De que maneira a medicina cura? E de que maneira a medicina mata?

    Recentemente, em Patrocínio Paulista, cidade do interior de São Paulo, um caso de anencefalia derrubou mitos. Sim, pois o direito à vida e a vontade de viver falaram mais alto. Marcela de Jesus Ferreira, nasceu no dia 20 de novembro de 2006. Aos quatro meses de gestação lhe diagnosticaram anencefalia. A situação era delicada, e tudo teria terminado com o aborto, se não fosse Cacilda Galante Ferreira, uma humilde agricultora de 36 anos, mãe de Marcela, que num pronunciamento feliz e digno de admiração disse: “Sofrer, a gente sofre, mas ela não me pertence, ela é de Deus e eu a cuido aqui. Considero sua vida um milagre tão grande, que vou esperar até que Deus queira sua hora de partir. Cada segundo de sua vida é precioso”. Em um ano, oito meses e doze dias de vida, a pequena Marcela veio a falecer vítima de uma parada cardio-respiratória, devido a uma pneumonia por aspiração de leite. Vejam, não foi a anencefalia em si que tirou a vida de Marcela, foram outros problemas atestados no óbito. Contudo, o direito à vida, mesmo que por pouco tempo lhe foi assegurado.

    O que indigna e impressiona, é que os “promotores do aborto” olham pelo lado pratico da coisa, e a praticidade nem sempre é o certo. Pessoas com esse tipo de pensamento não estão acostumadas com as perdas, não conseguem aceitar a morte, não conseguem se quer aceitar que um dia também irão morrer, pois são mortais. Por isso, preferem adiantá-la, ou melhor, preferem extingui-la de maneira ilícita e inconstitucional.

    Novamente volto a frisar nossa Constituição a qual no art. 5° diz que “ todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, assim como o art. 1° do Código Civil brasileiro que diz “toda pessoa é capaz de direito e deveres na ordem civil” e o art. 2° do referido Código que diz “ a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Então outra vez, vos pergunto: Um anencéfalo não é pessoa? Um anencéfalo não é uma vida? O que seria então um anencéfalo na concepção dos juristas: uma coisa, um objeto desprezível e sem valor?

    Não sou um doutrinador e nem escrevo na intenção de ser comparado ao mesmo. Assim como não sou aquele que sabe tudo e que escreve para tentar mudar a sua opinião. Sou apenas um ser humano comum, que defende o direito à vida acima de tudo e que se baseia na lei para interpretar novas leis que são formuladas. Leis estas que invertem os papéis jurídicos e legislativos, que impedem e extinguem o direito de defesa que é assegurado pela própria Constituição. Lei esta, que fere os princípios da dignidade humana e do direito à vida. Lei esta, que nada mais é que um “pano de fundo” para a legalização e banalização do aborto, uma verdadeira e real apologia ao crime e culto à morte. Lei esta, que vai contra o que reza a Constituição e o Código Civil e que se não revogada, exige a reformulação de alguns artigos do próprio Código, como já mencionados acima. Lei que elimina o direito de defesa.

    Aqueles que são favoráveis a decisão do STF que revejam os seus conceitos sobre o que é vida e o que é viver, pois talvez os mesmos, já estejam mortos em vida e não conseguem enxergar isso. Aos que aprovaram tal lei, assumindo um papel que não compete ao judiciário mas sim ao legislativo, finalizo como comecei esse texto, com uma pergunta: De que maneira vocês matam?



  


  

Vem aí o Ribeirão Rodeo Music- Votem na Rainha do evento.

No ano de 2004 um sonho que acompanhava a ousadia de três empresas consolidadas na cidade de Ribeirão Preto sai de suas aspirações e passa a se tornar um dos projetos mais fortes e promissores na área de eventos do estado de São Paulo. A força política, econômica e social de Ribeirão Preto, a determinação, a criatividade e profissionalismo envolvidos nesta iniciativa: "Banana's Eventos, LC Eventos e Viola Show", foram facilitadores determinantes para a materialização. A concretização deste sonho aconteceu em 2005 com a realização do primeiro RIBEIRÃO RODEO MUSIC, um show de rodeio!!!

Em 2005 foram trabalhadas todas as ferramentas necessárias para, desde o início, o evento primar por seu profissionalismo, no intuito de consolidar o evento e a marca no interior do estado de São Paulo e no cenário nacional do rodeio. E não deu outra... mais de 50 mil pessoas estiveram presentes nos 4 dias de rodeio e assistiram aos shows de: Skank, Edson & Hudson, Bruno & Marrone, Juliano Cezar, Roby & Roger, Guilherme & Gustavo e Maurício & Marcelo. Sucesso absoluto!!!


Em 2006 o sucesso foi consolidado. Mais de 60 mil visitantes assistiram a um rodeio de alto nível, shows de grandes artistas da música brasileira (Bruno & Marrone, Calypso, Inimigos da HP e Edson & Hudson) e outras atrações que fizeram dos quatro dias de Ribeirão Rodeo Music um sucesso total.


Em 2007 definitivamente se firmou no cenário dos eventos de rodeio, passando a ser uma das etapas do "Circuito Brahma de Rodeio", o mais importante certame nacional da modalidade. Os shows continuaram a ser um grande destaque, desta vez os shows ficaram por conta de Cesar Menotti & Fabiano, Edson & Hudson, Inimigos da HP, Tradição e Bruno & Marrone. Nos 4 dias de evento, aproximadamente 100.000 pessoas passaram pelo Ribeirão Rodeo Music.


Em 2008 o sucesso de público se repetiu e alguns grandes diferenciais foram implantados, como o Trio Rodeo Music na arena com as duplas João Bosco & Vinícius e Tom & Arnaldo e mais a banda Batom na Cueca. Além disto, grandes nomes da música nacional marcaram presença no palco principal durante os 4 dias de festa. Quinta: Jorge & Mateus, Sexta: Gino & Geno e Alexandre Peixe, Sábado: nada mais, nada menos que Zeca Pagodinho e no Domingo um belo trabalho de responsabilidade social revertendo 80% da renda do dia para o Hospital do Câncer de Barretos. Para tanto, foi realizado um encontro inusitado das duplas Edson & Hudson e Rio Negro & Solimões. Um Domingo inesquecível!!!


Em 2009 todos os recordes de público foram superados, mais de 125 mil pessoas. Pela primeira vez o palco principal recebeu atrações 100% sertanejas, e o resultado foi arrasador, sucesso total nos 4 dias de festa. Na quinta, pra abrir o rodeio, a dupla Victor & Léo, na sexta foi a vez de Zé Henrique & Gabriel tomarem conta do palco, e ainda, no trio elétrico dentro da arena, João Bosco & Vinícius, no sábado foi a vez de César Menotti & Fabiano agitarem a galera e pra fechar, no domingo Eduardo Costa encerrou o Rodeio com um incrível show.


Em 2011 o Ribeirão Rodeo Music completava 7 anos, e para comemorar ganhou mais um dia em seu calendário. O evento promoveu na região de Ribeirão Preto um verdadeiro festival da cultura sertaneja com shows, rodeio, comida típica e espaço de resgate das tradições. No palco principal, as estrelas foram Maria Cecília & Rodolfo e João Carreiro & Capataz no dia 04 (quarta-feira), João Bosco & Vinicius no dia 05 (quinta-feira), Gusttavo Lima e Guilherme & Santiago no dia 06 (sexta-feira), Jorge & Mateus no dia 07 (sábado) e Victor & Leo no dia 08 (domingo).

Nas competições de rodeio, pela primeira vez o RRM recebeu o maior campeonato de montarias em touros do país, o "Brahma Super Bull PBR". A estrutura do evento também foi toda ampliada e redesenhada, o palco principal ganhou uma passarela que deixava os artistas mais próximos do público, novos camarotes com espaços frontais ao palco foram implementados, além de um grande aumento nas áreas de arquibancada, arena e camarotes. Após as provas de rodeio e os shows no palco principal, o novo palco bailão recebeu as duplas Guilherme & Gustavo, Carlos Victor & Thiago, Humberto & Ronaldo, Munhoz & Mariano, e João Lucas & Matheus. 

A solidariedade também esteve presente no evento, durante a final do rodeio, aconteceu o Desafio da Solidariedade em prol ao Hospital de Câncer. E a tradição também marcou presença durante o Segundo Festival da Cultura Sertaneja, promovido no recinto do evento, no dia 7 durante o dia com diversas atrações resgatando as origens sertanejas. 


Em 2012 as inovações continuam, para saber mais, acesse a área "novidades" em nosso site.


http://www.ribeiraorodeomusic.com.br/rainha.html

Jovens: agentes de mudança em uma sociedade estagnada


Por Luiz Henrique Goulart Bernardes, 16, estudante.

E como disse Aristóteles : ‘’O homem é um ser político ‘’, e isso basta. Não adianta dizer que não gosta de política, pois isto e impossível. Essa arte, segundo a Wikipédia ,é caracterizada como “...todos os procedimentos relacionados à ‘’polis’’ enquanto sociedade,comunidade e coletividade ...”.Nesse ponto, insere-se o jovem, como um agente de transformação social extremamente necessário .

          Só os jovens têm a capacidade e a energia suficientes para assumir e mudar os valores da sociedade para as próximas gerações. Baseados nisso, jovens independentes, críticos, e formadores de opinião, nos anos 80, pintaram as caras e saíram às ruas pelas “Diretas Já”, movimento que devolveu o direito a escolha do presidente da república pelo voto popular. Na década seguinte, a mesma tinta pintou os jovens que protestaram pelo Impeacheman do presidente Collor, e o tiraram do poder.

        Onde foi parar toda essa galera?A resposta não é tão simples. A descrença nas instituições, nos partidos, a corrupção e a “politicagem”, ao invés de fazer os jovens agirem e colocarem a mão na massa os tem levado, infelizmente, a descrença e a apatia.

         À medida que eles se tornam céticos e apáticos em relação à política esta nunca será renovada, pois como está, não há faxina que limpe o que há de errado. Existe uma vil preocupação que a juventude deixe de participar da vida política do País, deixando de lado a sua participação cidadã e seu papel transformador.

         Segundo Rafael Freire, 18, administrador e estudante de direito, o problema está na nossa maneira de agir. “Hoje somos uma geração atualizada, conectada, informada, porém acomodada. Eis então a geração “miojo”, em que tudo se resolve no prático e nem sempre no correto. Fazemos uma comida “miojo” ,um estudo “miojo”,enfim construímos uma sociedade “miojo”.

    É preciso à participação efetiva, mostrar trabalho e mobilizar, pois apenas criticar não basta. O conhecimento da “esfera publica ‘’ já é um começo. Posteriormente, passos maiores poderão ser dados. Ter o poder nas mãos não é uma necessidade para se fazer um político, mas é através de ações sociais que os jovens conseguirão alavancar suas ideias e ajudar no desenvolvimento.


“Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados pelos que gostam - Platão”.

A opinião expressa aqui neste artigo , é de inteira responsabilidade do autor.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Governo diz que vai garantir cumprimento da decisão do STF


A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República informou na noite desta quinta-feira que o governo dará suporte integral à implementação da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Após dois dias de debate, o STF decidiu, por 8 votos a favor e 2 contrários, que não é crime abortar em caso de anencefalia comprovada.

A pasta ainda disse, por meio de nota, que vai garantir o direito de escolha das mulheres e o seu acesso aos serviços especializados. "O debate do assunto, que mobilizou o país em diferentes frentes, ocorreu de maneira qualificada e respeitosa entre os contraditórios", afirmou a secretaria.

Os ministros Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso votaram contra o aborto em caso de anencefalia. Para Peluso, este foi o julgamento mais importante da história do tribunal. Isso porque "tentou definir o alcance constitucional do conceito de vida e de sua tutela normativa".
O primeiro ministro a se manifestar sobre o aborto de fetos anencéfalos, foi o relator da ação Marco Aurélio Mello, que foi favorável. A ministra Rosa Weber e o ministro Joaquim Barbosa falaram depois e seguiram o voto do relator.

Em seguida, votou o ministro Luiz Fux, que também foi favorável. A ministra Cármen Lúcia afirmou que qualquer que seja a decisão da mulher sempre será uma "opção de dor", e votou a favor da antecipação terapêutica do parto no caso de fetos comprovadamente anencéfalos.
Os ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ayres Britto também foram favoráveis e votaram que é a mulher, e não o Estado, que deve decidir se interrompe ou não a gravidez em caso de anencefalia.

Dilma anuncia R$ 2,8 bi para casas em cidades com até 50 mil habitantes


Cerca de 2,5 mil cidades serão beneficiadas com 107 mil casas populares.Cerimônia em Brasília reuniu mais de mil prefeitos de todo o país.



A presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou nesta quinta-feira (12) investimento de R$ 2,8 bilhões para construção de mais de 107 mil casas populares em municípios com até 50 mil habitantes. As obras serão financiadas por meio do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida 2.
Segundo informou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o montante de R$ 2,8 bilhões faz parte dos R$ 120 bilhões já anunciados para a segundo etapa do programa, a ser concluída em 2014. Ela esclareceu ainda que as 107 mil casas são parte do total de 220 mil unidades previstas para municípios de até 50 mil habitantes. O restante deverá ser contratado até o primeiro semestre de 2013.
Durante cerimônia em Brasília - que reuniu mais de mil prefeitos de todas as regiões brasileiras, além de ministros e governadores -, Dilma apresentou o resultado da seleção de 2.582 cidades com até 50 mil habitantes que receberão os investimentos.
Segundo o Ministério das Cidades, que coordena o programa, os municípios com maior nível de pobreza tiveram prioridade, além de famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil. Ainda de acordo com a pasta, o governo recebeu 8.939 propostas para construção de 426.146 unidades.
Durante seu discurso, a presidente lembrou que, quando foi lançado, a meta de construir 1 milhão de casas do Minha Casa, Minha Vida foi considerada “muito difícil de ser atingida”. Ela afirmou que, na época, “ninguém achava [...] que se devia dar subsídio para fazer a casa própria para aquela família que ganhasse até R$ 1,6 mil”. “Falar em subsídio era tabu. Era inaceitável”, completou.
“Por isso esse programa [Minha Casa, Minha Vida] é também um programa que reconhece a obrigação do Estado brasileiro com as populações que, ao longo dos anos, foram marginalizadas e excluídas da casa própria”, afirmou.
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, exaltou a gestão da presidente Dilma e disse que a segunda etapa do Minha Casa, Minha Vida “é um exemplo da maturidade de nossa democracia, do espirito público de uma governante que governa para todos, sem distinção, e para todo o país”.
Segundo Ribeiro, o governo fez muitos cálculos até chegar aos 2,5 mil municípios contemplados, “mas o único cálculo que não se fez foi o cálculo político”.
Dilma destacou que as novas casas populares levarão mais emprego e crescimento econômico para essas pequenas cidades. “Quando a gente faz justiça social, a gente faz desenvolvimento econômico”, disse.
“Falta casa e, além de tudo, tem miséria, é ali que tem de estar o Minha Casa, Minha Vida”, declarou.
Esta não é a primeira ação do governo federal direcionada a municípios de até 50 mil habitantes. Em dezembro, foram anunciados R$ 3,7 bilhões para contratar 1.114 obras de saneamento em 1.116 municípios nessa faixa populacional, obras previstas na segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Momento Musical: A majestade o sabiá

Um dos hinos da música sertaneja nas vozes de Chitãozinho e Xororó com participação de Jair Rodrigues. Grandes nomes da música brasileira reunidos para cantar o estilo musical que há anos consagra o Brasil. Isso me lembra Minas, me lembra Alpinópolis, me lembra o jeito mineiro de ser. Um convite para matar a saudade do passado.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Momento Musical: Chão de giz - Zé Ramalho

Eu desço dessa solidão
Espalho coisas sobre
Um Chão de Giz
Há meros devaneios tolos
A me torturar
Fotografias recortadas
Em jornais de folhas
Amiúde!
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...
Disparo balas de canhão
É inútil, pois existe
Um grão-vizir
Há tantas violetas velhas
Sem um colibri
Queria usar quem sabe
Uma camisa de força
Ou de vênus
Mas não vou gozar de nós
Apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom...
Agora pego
Um caminhão na lona
Vou a nocaute outra vez
Prá sempre fui acorrentado
No seu calcanhar
Meus vinte anos de "boy"
That's over, baby!
Freud explica...
Não vou me sujar
Fumando apenas um cigarro
Nem vou lhe beijar
Gastando assim o meu batom
Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval
E isso explica porque o sexo
É assunto popular...
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais estou indo embora!
No mais!...

 

A única verdade é a realidade




   No Brasil, o número de crianças, jovens e idosos que vivem em uma situação “marginalizada” é algo que requer maior atenção. Eles não participam, e consequentemente, não estão inseridos em benefícios econômicos, políticos, e culturais do país. Sofrem as dificuldades agudas da miséria social, que se reflete na desnutrição generalizada, nos salários aviltantes, nos obstáculos à educação democrática, na falta de moradia, na ausência de mínimas condições de amparo à saúde pública.

   A concentração de riqueza no país é algo alarmante e que aponta para a elevada desigualdade social. Cerca de 60% da população economicamente ativa ganha, no máximo, até 2 salários mínimos. Somente 4,5% ganha acima de 10 salários. Apesar de ser a sexta maior economia mundial, o Brasil paga um salário mínimo que está abaixo de muitas nações pobres do Terceiro Mundo. Em relação aos proprietários rurais, algo em torno de 1% detêm metade de todas as terras agrícolas disponíveis, e 5% de ricos controlam 38% da renda pessoal no Brasil.

   Outro fator que deve ser analisado com cautela é a saúde pública. Morrem no Brasil, a cada dia, cerca de 1000 crianças com menos de 1 ano de idade em função de doenças que atingem o aparelho respiratório e digestivo, geradas principalmente por falta de alimentação adequada, condições de higiene e assistência médica mínima. Aproximadamente 80% das crianças brasileiras sofrem problemas de desnutrição. Números relativamente altos e que apontam para uma enorme falha do sistema.

   Em se tratando da educação, o número de analfabetos corresponde a mais de 25% da população brasileira. Aproximadamente 1/3 das crianças em idade escolar estão fora da escola. Do total de crianças que ingressam no primeiro ano da escola primária, praticamente a metade não consegue passar para o segundo ano, e em cada 1000 crianças que entram na escola primária, menos de 5% ingressam na universidade.

   Essa realidade que dilacera a vida de milhões de brasileiros é amplamente ofuscada por um trabalho de marketing, ao qual procuram maquiar a real identidade do país. Institucionalizada por sistemas políticos injustos, a opressão é facilmente reconhecida no amplo quadro de miséria que aflige a maior parte das criaturas humanas.

   No entanto, chegamos a uma conclusão de que a lógica “natural” daqueles que têm é ter sempre mais, um conceito que foi erroneamente banalizado ao longo dos tempos e que não significa sinal de prosperidade, mas de ganância humana. Parece que todos os dominadores seguem o conselho que Álvaro Paes deu ao Mestre de Avis, no século XIV: “Dai aquilo que vosso não é, e prometei o que não entendes, e perdoai a quem não vos errou”. Com isso vemos que o poder é a única sede insaciável, e aumenta, terrivelmente, com o exercício do próprio poder em função da sua imposição social.

terça-feira, 10 de abril de 2012

A vida é uma viagem de trem

   Uma comparação extremamente interessante se for bem interpretada! Interessante porque nossa vida é como uma viagem de trem. Cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis como alguns embarques e tristezas com os desembarques.

   Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que acreditamos que farão a viagem até o final: os nossos pais! Infelizmente, em alguma estação eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor e afeto. Mas isso não impede que durante a viagem embarquem pessoas interessantes, que virão a ser especiais para nós! Embarcam os nossos irmãos, amigos e amores; muitas pessoas tomam esse trem a passeio, outros fazem a viagem experimentando somente tristezas.


   E no trem há também, pessoas que passam de vagão a vagão, prontas para ajudar a quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas! Outros tantos viajam no trem, de tal forma que quando desocupam seus assentos, ninguém nem percebe! Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes do nosso e isso obriga a fazer essa viagem separado deles, mas claro que isso não impede que, com grande dificuldade atravessemos nosso vagão e cheguemos até eles. O difícil é aceitarmos, que não podemos nos assentar do seu lado, porque outra pessoa estará ocupando esse lugar.


Essa vida é assim, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, embarques, desembarques... Façamos então, essa viagem da melhor maneira possível, tentando um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um deles o que tem de melhor, lembrando sempre que em algum momento do trajeto poderão fraquejar e, provavelmente precisamos entender isso. Nós mesmos fraquejamos muitas vezes e, certamente alguém tem que nos entender. 


   O grande mistério, afinal, é que não sabemos na qual parada desceremos, e fico pensando, quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim, deixar meus filhos viajando nele sozinhos será muito triste! Separar-me de alguns amigos que nele fiz, do amor da minha vida será dolorido! Mas me agarro na esperança de que, em algum momento estarei na estação principal e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem que não tinham quando embarcaram. E o que mais me deixará feliz é saber que, de alguma forma eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa! Agora, nesse momento, o trem diminui sua velocidade para que embarquem e desembarquem muitas pessoas, minha expectativa aumenta quando o trem vai diminuindo sua velocidade. Quem vai entrar? Quem sairá? Devemos viajar, de maneira que a gente deixe saudades quando for desembarcar!






Momento Musical: Balão Mágico

    Turma do Balão Mágico foi uma banda infantil  brasileira dos anos 80. Originou o programa infantil Balão Mágico na Rede Globo (1983-1986)

    Seus álbuns venderam mais de 10 milhões de cópias no Brasil.
    O grupo lançou 5 álbuns, sendo uma das maiores bandas infantis da história do Brasil. 
    Emplacou muitas músicas de sucesso, sendo as mais famosas: Amigos do Peito, Superfantástico e Ursinho Pimpão. Outras músicas que ficaram na lembrança foram Baile dos Passarinhos, É Tão Lindo, Se Enamora,Tia Josefina, Barato Bom é da Barata e Tic-Tac.

    Para relembrar os tempos de infância e reviver aquelas velhas lembranças que por vezes encontram-se adormecidas na memória, uma das músicas que atravessaram gerações e é cantada até hoje, nos dias atuais. Um convite para voltar a ser criança por alguns instantes.

Momento musical: Aquarela - Toquinho

"E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está".

O blog Caffé Ventania começa essa quarta-feira com uma novidade para os nossos seguidores e amigos internautas. Todo dia haverá no blog um clip de alguma música, de diferentes estilos musicais, que marcaram época e que fazem parte da nossa cultura.

E para iniciarmos, nada melhor que Aquarela composta por Toquinho, um hino da música popular brasileira. Abaixo um pouco mais sobre a vida do autor.

Antonio Pecci Filho nasceu em 6 julho de 1946, na cidade de São Paulo. Apelidado de “Toquinho” pela mãe, ganhou um apelido que o acompanharia durante toda sua vida artística. Interessado pelo violão, começou a tomar aulas desde os primeiros anos de sua adolescência. Aprendiz do violonista Paulinho Nogueira, acumulou conhecimento para o solo e acompanhamento, depois de buscar outras influências como de Oscar Castro Neves, Isaias Sávio e Léo Peracchi. 

Consolidando admirável experiência técnica, começou a se apresentar em colégios, faculdades e clubes. No período em que deu os primeiros passos de sua carreira profissional, não sabia que conviveria com uma safra de grandes cantores, instrumentistas e intérpretes. Entre seus colegas de profissão estavam Elis Regina, Marcos Valle, Zimbo Trio, Tayguara e Chico Buarque. Em uma época de grande efervescência cultural, Toquinho participou de diversos espetáculos e peças musicais. 

Nos primeiros projetos conheceu o letrista Chico Buarque, que foi o primeiro a colocar uma letra em um de seus arranjos. Dessa união surgiu a música “Lua Cheia”, que foi registrada no disco “Chico Buarque – Volume 2”. No ano de 1966, abriu espaço para a divulgação de seu trabalho instrumental com a gravação do LP “O violão de Toquinho”. Aproveitando a visibilidade da época, Toquinho se apresentou em programas de TV e participou dos famosos festivais de canção popular produzidos pela TV Record. 

No ano de 1969, fez uma turnê pela Itália em parceria com Chico Buarque. O sucesso de suas apresentações lhe propiciou a gravação do disco “La Vita, Amico, É L'Arte Dell'Incontro”. Nesta obra revisitou as obras do poeta Vinicius de Moraes, que teve seus poemas musicados e gravados por artistas italianos como Giuseppe Ungaretti e Sergio Endrigo. A homenagem atraiu a atenção do próprio Vinicius de Moraes, que o convidou para uma temporada de shows na Argentina ao lado da cantora Maria Creuza. 

A partir de então, o dueto Toquinho e Vinicius empreendeu uma extensa parceria que marcou a trajetória da música brasileira. A parceria rendeu discos e temporadas de shows memoráveis entre os especialistas e críticos de arte da época. No ano de 1979, o show “Dez anos de Toquinho e Vinicius” celebrou a amizade e intercâmbio musical desses artistas. Ao longo da década de 1980, alcançou notório prestígio musical, tendo sua arte reconhecida internacionalmente. Nessa mesma década participou do afamado Festival de Montreux. 

No ano de 1983, Toquinho passou a explorar uma nova vertente em sua trajetória musical. O disco “Casa dos Brinquedos” inovou esteticamente por tratar única e exclusivamente do universo infantil. Três anos mais tarde, produziu um disco de 10 faixas que tematizou a Declaração Universal dos Direitos da Criança. Desde então, as crianças ganharam grande prestígio em seu trabalho musical. Nos últimos anos, Toquinho conseguiu consolidar uma carreira estável marcada por diversos projetos de prestígio. Ainda hoje, ele é referência para novos intérpretes e instrumentistas que iniciam sua carreira musical.


 Por Rainer Sousa
Equipe Brasil Escola

Fique de olho nas contas da prefeitura

As maneiras de fraudar a administração pública em nível municipal são muito parecidas. Principalmente em cidades pequenas. Fiquem atentos a alguns sinais que podem indicar corrupção:

Desconfie de:

1- Sinais de riqueza incompatíveis com a renda de prefeitos e vereadores.
2- Falta crônica de verbas para áreas como a saúde e educação, que são assegurados por repasses federais.
3- Grandes remanejamentos de verbas.
4- Falta de transparência ou resistência da prefeitura em prestar contas.
5- Parentes ou amigos empregados na administração municipal ou como fornecedores da prefeitura.

Levante as contas da prefeitura:

Obtenha junto à prefeitura os contratos e notas fiscais das compras do município. Há dois caminhos possíveis: encaminhar um ofício diretamente ao prefeito solicitando a documentação desejada, ou pedir a um vereador que faça esse pedido. Se houver recusa do município, pode-se solicitar um mandado de segurança ao Ministério Público.

Desconfie de:

1- Compras em quantidades excessivas.
2- Preços superfaturados de bens e serviços.
3- Notas fiscais com descrições muito vagas dos serviços prestados.
4- Emissão de muitas notas para o mesmo fornecedor, em valores inferiores a R$ 8 mil. Este é o limite para contratação de serviços sem licitação, por isso a emissão de várias notas é um artifício usado com frequência para desviar recursos.
5- Propostas muito parecidas em processo de licitação. Se possível, confirme se houve mesmo a participação de todos os concorrentes.

Investigue e junte provas:

Confira o nome, razão social e endereço da empresa fornecedora: confirme se a empresa que firmou o contrato ou emitiu a nota tem certidão na Junta Comercial de seu Estado de origem. Isso pode ser feito via internet pelo site ( www.dnrc.gov.br).
Consulte o registro da empresa na Receita. Verifique se a empresa é registrada no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br) e sua situação cadastral na Secretaria da Fazenda Estadual (www.sintegra.com.br).
Confira todas as informações disponíveis nos registros, como endereço e telefone, para se certificar de que a empresa realmente existe e presta os serviços declarados no contrato.

Desconfie de:

1- Fornecedores distantes e desconhecidos.
2- Empresas de porte muito pequeno responsáveis por vendas ou serviços muito grandes.
3- Empresas constituídas em início ou fim de mandato.
4- Empresas que emitem poucas notas fiscais, ou somente para a mesma ou um grupo de prefeituras.

Denunciem:

Tribunais de Contas e a Receita Federal podem ajudar na investigação de fraudes e receber denúncias.

Tribunais de Contas: Procure os Tribunais de Contas dos Estados (ou do município, se houver), se desconfiar de inconsistências nos balanços ou obras da prefeitura. No caso da suspeita envolver verbas federais (para saúde e educação, por exemplo) , o Tribunal de Contas da União ou a Controladoria-Geral da União poderão ser acionados.

Secretaria da Receita Federal: Muitos fraudadores têm problemas com o Imposto de Renda, já que não tem como justificar seu patrimônio. A Receita tem condições de investigar a situação dessas pessoas. Uma vez reunidas as provas são dois os caminhos a serem seguidos:

1- Encaminhe uma representação ao Ministério Público Estadual e/ou à Procuradoria Geral da República, se as irregularidades dizem respeito a verbas federais. Descreva a suspeita de irregularidade, inclua todos os documentos e fatos que fundamentam  a denúncia e solicite a instauração de um inquérito civil público. O Ministério Público tem 20 dias para decidir se entrará com uma ação, e então o processo passa a correr na Justiça.

2- Faça uma denúncia a Câmara Municipal pedindo a instalação de uma Comissão Especial de Investigação (CEI). Se as provas reunidas forem fortes o suficiente, é possível começar o processo de cassação do mandato com a formação de uma Comissão Processante.


Fonte: http://eleicoes.uol.com.br/2012/noticias/2012/04/09/cidadao-vira-fiscal-de-prefeituras-e-ganha-destaque-no-combate-a-corrupcao.htm



Nova lei facilita fiscalização da população em prefeituras


    O cidadão comum vai ganhar no dia 16 de maio uma nova arma no combate à corrupção. Na data, entra em vigor a chamada Lei de Acesso à Informação, que obriga todo órgão público a fornecer, em 30 dias, qualquer documento que for solicitado. A legislação deve facilitar muito o trabalho das mais de 200 associações de moradores que se dedicam a investigar fraudes e desvios de verbas em seus municípios. No entanto, a má-vontade das prefeituras e a morosidade da Justiça ainda são entraves para quem quer fiscalizar como é gasto o dinheiro público.
   Os Amigos Associados de Analândia, que atuam desde 2009 no pequeno município paulista de 4.000 habitantes, sabem bem dessas dificuldades. Eles ainda buscam na Justiça, por exemplo, o ressarcimento de verbas públicas de 1998, usadas para pagar um festival de música que nunca aconteceu.
  “Eu acredito nas instituições, mas, para mim, o Judiciário é o maior culpado da impunidade em Analândia. Aqui se muda o promotor a cada três ou quatro meses. Fica impossível levar os inquéritos para frente”, diz Vanderlei Vivaldini, vice-presidente da associação.
   A ONG, diz Vivaldini, investiga suspeitas de desvio de recursos por iniciativa própria. As denúncias foram levadas ao Ministério Público. Hoje há oito ações judiciais por desvio de dinheiro, improbidade administrativa e falsificação de documentos, entre outros crimes, aguardando julgamento.
   Com a Lei de Acesso à Informação, a obtenção de listas de pagamentos, contratos, notas fiscais e outros documentos importantes para o controle do orçamento público devem ser facilitadas.
   “Muito já foi feito antes para melhorar o controle dos gastos municipais, mas sabemos que a maioria das prefeituras não está preparada para cumprir a Lei de Transparência. A maioria dos documentos ainda se consegue com mandados de segurança, e é comum receber informações incompletas, evasivas ou nenhuma resposta das prefeituras”, diz a psicóloga organizacional Lizete Verillo, diretora-executiva da Amarribo Brasil e coordenadora da Rede Amarribo de combate à corrupção.
    A ONG ganhou projeção por reunir provas de corrupção e conseguir a cassação de dois prefeitos e cinco vereadores em Ribeirão Bonito (SP), a 270 km da capital paulista. “Pessoas de longe liam sobre o caso de Ribeirão Bonito e diziam ‘mas é exatamente assim na minha cidade!’. A corrupção nos municípios segue padrões muito parecidos”, diz Verillo. Nos vídeos desta reportagem, ela dá dicas para identificar e combater esquemas de corrupção nos municípios.


"Brasileiros, vocês não são homens!"

Por Tarcísio Henrique


 “Fabiano, você é um homem!”, exclamou em voz alta.’ De fato, a aparência e o biótipo de Fabiano, de Vidas Secas são de um ser humano: nada além disso. Assim como ele, milhares de brasileiros precisam se convencer a cada dia de que não são animais e que são dignos de condições humanas adequadas, dignos de direitos, de deveres e de obrigações. No entanto, sonhos são ceifados ao ver o descompromisso das autoridades para com a ‘plebe’.    
  •    Como prova testemunhal das mazelas sociais que assolam e agravam o quadro dos milhares de “Fabianos Brasileiros”, temos que o PIB brasileiro atingiu a casa dos quatro trilhões de reais, superando a Grã-Bretanha e se tornando a sexta maior economia do mundo. Entretanto, em seu outro extremo, temos que o Brasil é um dos piores países do mundo no que diz respeito à distribuição de renda. O Índice de Gini Brasileiro, coeficiente que mede tal distribuição, apontou o Brasil à frente apenas dos países da África Subsaariana. Tais dados apenas comprovam que o Brasil é comandado por uma pequena parcela, enquanto milhares de Fabianos ficam à deriva, impossibilitados de uma ascensão social. Como ter uma auto-estima elevada sendo que suas condições são subumanas? Como ser os Fabianos felizes e otimistas diante da presente desigualdade? Impossível!

  •     No entanto, pesquisas e estudos comprovam exatamente o contrário. “Extra, extra!”: sai nos jornais e meios de comunicação em massa elitizados que o brasileiro é o povo mais otimista do mundo, segundo pesquisa realizada pela FGV. Acreditar em tais dados remete-nos a duas possibilidades: a primeira dela, é que o brasileiro é uma nação fútil, e se sente feliz somente com o presente carnaval e a conquista de um campeonato de futebol, tal como a política Panen et Circenses (de Pão e Circo), criada por Otávio Augusto, imperador Romano, que buscava cessar a insatisfação civil através de jogos circenses e distribuição de pão. (Aí, entretanto, era distribui´da comida aos mais miseráveis. Na ocasião atual, nem isso!). A segunda - e a mais crível - é que isso é pura demagogia. Não disponibilizando condições dignas de vida para um povo, inibindo-os de sonhar, de ascender sócio-economicamente, como acreditar que uma nação dessa é otimista e com auto-estima elevada? Simples, não é!

  •     Portanto, acreditar na felicidade de um povo miserável e desigual, é acreditar também na sua futilidade e inocência. Tal pesquisa se trata de um inverossímil, pois o povo brasileiro precisa primeiramente acreditar e lutar pelos seus direitos humanos e irrevogáveis, tais como o direito à educação de qualidade, à saúde e alimentação. Direitos esses que são cláusulas pétreas perante a atual Constituição. Não lutando e manifestando em prol dos seus direitos, os brasileiros são Fabianos que necessitam se convencer de sua existência. Sem seu exercício pleno do direito, os Fabianos se colocam em pé de igualdade a todo e qualquer animal. Portanto, “Brasileiros, vocês não são homens!”

A opinião expressa nos artigos é de inteira responsabilidade do autor.

Internada há 36 anos em UTI lança livro de memórias escrito com a boca


Faz 36 anos que Eliana Zagui vive deitada num leito de UTI do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Vítima de paralisia infantil aos dois anos, ela perdeu os movimentos do pescoço para baixo. Respira com ajuda de equipamentos.

Na cama, a menina se formou no ensino médio, aprendeu inglês, italiano, fez curso de história da arte e tornou-se pintora. Tudo isso usando a boca para escrever, pintar e digitar. Hoje, lança (só para convidados) seu primeiro livro: "Pulmão de Aço - uma vida no maior hospital do Brasil" (Belaletra Editora).

Pulmão de aço é o nome de uma máquina, inventada na década de 1920, parecida com um forno. As pessoas com insuficiência respiratória eram colocadas dentro dela, com a cabeça de fora.

Eliana ficou cinco dias lá dentro, mas não funcionou. A pólio havia paralisado completamente o diafragma e a deglutição. Ela teve, então, que ser conectada para sempre a um respirador artificial. Só consegue ficar poucas horas longe do aparelho.

Entre 1955 e o final da década de 70, 5.789 crianças vítimas da pólio foram internadas no HC. Sete delas, atingidas com mais severidade, ficavam lado a lado na UTI. "Nós nos apegávamos um ao outro, como numa grande família. Era a única maneira de suportar aquilo tudo", lembra Eliana.

Da turminha, só sobreviveram ela e Paulo Machado, 43, que divide o quarto com a amiga e cuja história de vida também aparece no livro. "A Eliana é minha irmã, a minha família. Tem temperamento forte. Quando vejo que ela está brava, coloco os fones de ouvido e fico na minha", diz.

Eles poderiam viver com suas famílias, com o apoio do hospital. Mas nunca houve interesse por parte delas. Os parentes raramente os visitam. "Não me magoo mais. Já sofri muito e hoje aprendi que cada um é cada um."

Eliana e Paulo passam a maior parte do tempo na internet. Ela gosta de sites de relacionamentos, de pintura e artesanato. Paulo é aficionado por cinema. Está envolvido na produção de uma animação cuja protagonista é Teca, o apelido carinhoso pelo qual chama Eliana. E, para ela, o amigo é o Teco.

Quando é necessário, ele faz as vezes de irmão mais velho. "Dias atrás, eu me irritei no Face [Facebook] e postei uma mensagem malcriada. O Paulo viu e me chamou a atenção", conta Eliana, que chegou a ter 3.000 amigos virtuais. "Fiz uma limpa no final do ano e só deixei uns cem. Agora tenho uns 300, mas preciso limpar de novo."

A saudade dos amigos reais, os quais viu morrer um a um, é o que mais a entristece. "Foram momentos tão bons. Mas não voltam mais."

No livro, ela relata que flertou com o suicídio. "Avaliava as possibilidades: arrancar a cânula da traqueia com a boca, cortar ou furar o pescoço." E encerra com humor. "Descobrimos que até para morrer antes da hora precisamos da ajuda de alguém."

Eliana diz que, volta e meia, essas ideias ainda a visitam, mas que hoje tenta aliviar suas angústias nas sessões semanais de análise.


Pergunto se sonha em viver na casa dos pais. "Não. Eu iria estagnar", responde convicta. Mas, sim, ela sonha em morar fora do hospital.

Em dezembro último, pela primeira vez em 36 anos, passou o Natal fora do HC, na casa de amigos. Foi de maca e com respirador artificial portátil. "Foi uma experiência ótima, indescritível."

Quanto ao livro, Eliana diz esperar que ele ajude "aqueles que não querem nada com a vida". "É claro que cada um tem as suas dores. A minha desgraça não é maior que a sua nem a sua é maior que a minha. Mas é sempre bom poder aprender a tirar o que vale a pena da vida."

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/1073842-internada-ha-36-anos-em-uti-lanca-livro-de-memorias-escrito-com-a-boca.shtml


segunda-feira, 9 de abril de 2012

"Cale a boca, isso é uma ordem!"

Por Rafael Freire

    Este é o momento em que enfrentamos uma crise de ideologias, porém não de ideais. O mundo, é composto por governos distintos, cada qual com suas teses, mas o pior deles, é a ditadura. Aquela que lhe obriga a ser prisioneiro do seu próprio ''eu''. ''As ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia''.

    A ditadura militar foi um dos períodos mais conturbados da história do Brasil e esse tipo de governo teve inicio em 1964 depois de um golpe aplicado pelas Forças Armadas. Sobre o domínio dos militares, o país se viu em um enorme cenário de guerra, pois tinham aqueles que eram a favor, assim como os contras. Na verdade, um regime assim, vai de afronta com qualquer constituição dos direitos humanos, fere os princípios morais a dignidade, e principalmente, impede o direito a vida.

     Marcado por um caráter repressor e de censura, o terror se espalha por todo território onde a liberdade de expressão é coagida, onde querem controlar o que você diz e faz, e simplesmente estão pouco se importando ao que você pensa. A população nada mais era que um mero fantoche na mão daqueles que pensavam ter o domínio do poder.

     Nesse período, renomados nomes da música popular brasileira como Chico Buarque, Caetano Veloso, Geraldo Vandré, destacaram-se com suas composições que hoje são vistas como um hino referente a essa fase, entre elas ''Roda Viva'' e ''Para não dizer que não falei de flores''. Seria impossível finalizar esse artigo, sem ao menos citar um trecho que sinaliza os pensamentos daquelas pessoas quando colocadas frente a esse absurdo caracterizado por ditadura: '' Tem dias que a gente se sente, como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente, ou foi o mundo então que cresceu... A gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva, e carrega o destino para lá''.

    Muitos acreditam que esse momento ficou no passado, porém, devido há alguns fatos do nosso cotidiano que nos remetem e nos obrigam a interpretá-los de uma maneira que não é a mesma ao qual pretendemos, nos faz questionar ou até mesmo afirmar, que em pleno século XXI, a ditadura ainda reina. Porém esse novo modelo vem mascarado por uma democracia incompleta, que apresenta falhas desde suas bases, pilares e tetos.

    Somos prisioneiros da moda, do culto ao corpo, da nossa política lastimável, do consumo absoluto da tecnologia, da nossa própria arrogância, enfim, vivemos ainda em um mundo, país, estado e cidade que fazem reinar ao menos, o reflexo de uma ditadura fantasiada em princípios amparados por leis vigentes em nossa constituição.

    O ser humano por mais racional que seja, chega me obrigar usar de um paradoxo ou até mesmo uma contradição do que foi dito, quando afirmo que este também é um ser subversivo, porém ausente de si mesmo, dotado de uma mera inocência, que seria concebida caso este não fosse responsável pelos seus atos.

    Acreditem se quiserem, em algum canto desse nosso Brasil, ainda tem políticos que abusam do poder e que gritam '' cale a boca, isso é uma ordem!'', ao qual possuem uma visão retrógada do passado, que impedem o uso do gozo do direito da liberdade de expressão, que fazem ameaças, intimidam, e pior, esquecem que eles, por mais que não aceitem a ideia, é povo como toda gente.

    Se muitos buscam calar a boca daqueles que certamente pronunciam embasados na verdade, é porque os mesmos aleatoriamente confirmam a crítica ao qual foram feitas, uma vez que se não fizessem sentido, não lhes causariam certos incômodos e assim sendo, transtornos.

    Enfim, como já dizia Jorge Amado, '' A ditadura só conduz ao feio e sujo. O brasileiro típico é decente e limpo''. Sejamos a luz da esperança que emerge no final do túnel, o futuro da nação que reivindica o direito proposto, e a muralha no caminho daqueles que pensam que podem dominar a humanidade. Não sejamos o silêncio que eles buscam, o medo que eles espalham e nem igual a eles, ou a figura que eles esperam que seremos. O tempo do ''cale a boca'' passou, se alguém hoje tem que se sentir amedrontado é quem tenta impor a ditadura, e não quem se recusa a imposição, pois ela é um estado onde todos têm medo de um, e cada um tem medo de todos.

O Poder Social


O poder é um fenômeno social, ou seja, só pode ser explicado a partir de fatores coletivos, sendo a sociabilidade sua primeira característica. A segunda, e não menos importante, é a bilateralidade, a qual indica que o poder é uma relação entre duas ou mais vontades, sendo que sempre uma predomina.

    Essas características são de fundamental importância quando se lança o foco de estudo sobre a necessidade, ou não, do poder social, culminando na sua legitimidade e legalidade. Os que negam a necessidade do poder social são designados genericamente por anarquistas, sendo contrários a um sistema de convivência em que uns homens estejam subordinados a outros. Atualmente, entretanto, predomina o entendimento de que o poder é necessário, impondo-se também o reconhecimento de sua legitimidade, o que se obtém mediante o consentimento dos que a ele se submetem.

    Um é um, dois é par, três é grupo. Assim se constitui uma sociedade, através de um determinado grupo de pessoas. Essa relação de convívio social se remete ao surgimento do poder. O poder ao qual pode ser definido como a faculdade se diferencia da autoridade que pode ser classificada como uma habilidade. Prevalece nesse caso aquele que com o poder é capaz de agir e com a autoridade é capaz de fazer, ou seja, ambos atrelados em prol do bem social.

    Ninguém exerce o poder isoladamente e dele se apossa. Para se difundir o poder é necessário um grupo ao qual esse poder será destinado. Não se deve ter o poder como instrumento de elevação ao status social, de dominação da raça humana, ou como o caminho de sobrepor uma imagem aos seus descendentes. O poder deve ser entendido como um valor que foi delegado a alguém através de suas competências para que assim o exerça de maneira democrática e social em relação ao seu povo.

A sociedade para além do contratualismo


    Há quem defenda que o homem se agrega em sociedade por um instinto natural. Outros, entretanto, defendem que a sociedade não passa de uma escolha humana. Aristóteles, por exemplo, ainda no século IV a. C., formulou a célebre definição de homem como um animal social. Cícero, no século I a. C., afirmou que a causa da agregação dos homens é um certo instinto de sociabilidade neles inato, uma disposição natural para a vida associativa.

    Os que sustentam que a sociedade provém de um acordo de vontades são classificados como contratualistas. Afirmam que só a vontade humana justifica a vida em sociedade. Thomas Hobbes, em 1651, na obra Leviatã, defende que, inicialmente o homem vivia em estado de natureza, designando-se por essa expressão tanto os estágios primitivos quanto a situação de desordem que se verifica quando o homem não tem suas ações reprimidas. Essa repressão pode acontecer de duas maneiras: pela razão ou pela presença de instituições políticas eficientes.

    Como reação ao contratualismo hobbesiano, surgiram teorias, como a de Montesquieu, autor de Do Espírito das Leis. Ele não deixou de lado o contratualismo, porém foi contrário à ideia de que a sociedade tem a sua existência ligada à necessidade de conter a guerra de todos contra todos, tal qual havia sido proposto por Hobbes. Segundo Montesquieu, o homem sente sua fraqueza e está constantemente atemorizado, agregando-se para se fortalecer. Antes do estabelecimento da sociedade, a paz é a primeira lei natural.

    Montesquieu não menciona um pacto inicial responsável pela transposição do estado de natureza. Rousseau, por seu turno, em 1762, na obra O Contrato Social, adota posição semelhante à de Montesquieu, no que diz respeito à predominância da bondade humana no estado de natureza. Por outro lado, ele foca a transitoriedade, momento em que chega a um ponto no qual os obstáculos que atentam contra a conservação humana alcançam um nível tão excessivo que o homem perece se não mudar o modo de ser. Então ocorre o contrato social, alienação total dos direitos de cada um em prol da comunidade.

      Nesse contexto, podemos finalizar com uma afirmação de Dalmo Dallari (2003, p. 17): “Nesse instante o ato de associação produz um corpo moral e coletivo, que é o Estado, enquanto mero executor de decisões, sendo soberano quando exercita um poder de decisão”. Sendo assim, entendemos que a ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os demais, mas que esse direito não provém da natureza, encontrando seu fundamento em convenções.