quarta-feira, 28 de março de 2012

Ecoa um grito nos alpes : O coronelismo se faz presente!

Por Rafael Freire.

   A prática legítima para a construção de uma sociedade democrática consiste na prioridade de setores educacionais com ênfase na participação da juventude, seja por meio de grêmios estudantis ou projetos sociais. Entretanto, os jovens desacreditados na política local se mostram pouco interessados em interagir com seu meio.

   O que hoje marca o nosso cenário político é a desilusão com o processo chamado democracia, que há tempos lutaram para implantar no país. Atitudes assim abrem caminhos para uma prática de poderio muito utilizada no passado: o coronelismo.

   O coronelismo é usado para definir a complexa estrutura de poder que tem início no plano municipal, exercida com hipertrofia privada (a figura do coronel), e tendo como caracteres secundários o mandonismo, o filhotismo (apadrinhamento), a fraude eleitoral e a desorganização dos serviços públicos.

   Infelizmente essa situação ainda se faz presente em pleno século XXI no nosso meio, onde pessoas além de adotar o método já citado, fazem do partidarismo um governo para poucos, beneficiando a ele e ao seu grupo.

   Alpinópolis, ou como muitos carinhosamente a chamam por Ventania, é a cidade dos alpes, de pessoas hospitaleiras, do quartzito, que possui uma boa localização geográfica com aspectos significantes para que possa dar um passo a mais rumo ao desenvolvimento e consequentemente alcançar o progresso. Porém, nesse contexto faltam duas peças chaves: pessoas que entendam da máquina administrativa pública e eleitores conscientes que saibam escolher seus representantes.

   Se muitos acreditam que o coronelismo não ocorre em nosso município é porque os mesmos possuem uma visão conservadora que se remete somente ao comodismo. Para demais esclarecimentos, talvez possamos fazer outra comparação: a República do “Café com leite”. Nesse período da história brasileira, a Presidência da República era feita através de um revezamento entre São Paulo devido a sua produção de café e seu poder econômico, e Minas Gerais por ser o maior colégio eleitoral e pela produção de leite.

   Em consequência, deparamos com o voto de cabresto. Hoje a realidade é outra, pois “nossos coronéis’’ se escondem atrás de um personagem, porém o que não muda é a originalidade dos fatos – o revezamento da prefeitura de quatro em quatro anos, mudando somente os nomes, mas o grupo é o mesmo.

   Quando falo de política, não me refiro somente no sentido partidário, embora não posso esquecer esse aspecto, mas à política advinda da polis grega, que transpassa o cotidiano, ascende vontades e transgride as fronteiras. Um modelo de administração democrática voltada para a população, resgatando os valores culturais e sociais que hoje são deixados de lado em nosso município. Valores estes que contribuem para a formação de cidadãos de caráter ético, estrutural e político.

   Jovens, o futuro construímos hoje! Não podemos mudar o passado, mas podemos começar agora e fazer um novo final. ”Para a política o homem é um meio, para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política. Não faça do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhe para traz, mas vá em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir-te. ”

   Comece a mudança por você! Só assim seremos capazes de mudar o rumo da nossa política local. Faça uma escolha consciente, sem medo de apostar no que é novo, sem medo de optar por mudar. Você jovem na idade ou jovem no espírito, se informe, busque o conhecimento, exija de seus representantes, explore seus direitos e lembrem-se: ”Mais do que máquinas precisamos de humanidade. ”

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